Em um ano tão desafiador como o de 2020, pode-se afirmar que o Clube Português do Recife conseguiu sobreviver com muito trabalho e respeito aos protocolos por parte dos diretores e funcionários. Mesmo com aproximadamente metade do ano fechado, foi possível manter todos os salários em dia, assim como a saúde financeira da instituição. Além disso, a saúde de todos foi preservada, com nenhum caso de covid-19 sendo relatado entre os trabalhadores e frequentadores do Clube. Para fazer um balanço de 2020, o Sextante conversou com o presidente luso, Fernando Medicis. A entrevista pode ser lida abaixo.
Qual o balanço de 2020?
Para um Clube Social e Esportivo do porte do Português, permanecer mais da metade do ano de 2020 praticamente fechado, sem a presença dos seus associados e frequentadores, foi uma experiência inédita e sofrida, mas, ao mesmo tempo, desafiadora.
Passamos quase todo o ano de 2020 sem realizar as festas que ocorriam com frequência nos nossos salões, e, pelo que temos acompanhado nos noticiários, isso deverá se manter durante grande parte do próximo ano de 2021.
Passado o momento inicial de isolamento social mais severo, foram as atividades físicas e esportivas que deram vida ao nosso Clube, uma vez que, após liberadas pelas autoridades estaduais e municipais, rapidamente preencheram os seus espaços permitindo que os associados e frequentadores voltassem a comparecer utilizando as piscinas, o ginásio de esportes, a quadra de tênis e a quadra de futebol soçaite.
Quais os maiores desafios deste ano de 2020?
Com certeza, o maior desafio foi na área financeira. Com a queda acentuada das receitas do Clube, tanto nas mensalidades dos associados, quanto nas locações dos nossos espaços, bem como na ausência das festas, tivemos que reduzir despesas e negociar parcelamentos de alguns tributos, de maneira que não viessem a inviabilizar a sua recuperação financeira tão perseguida por todos durante os anos de 2018 e 2019.
No entanto, apesar dessas dificuldades, não foi necessário demitir nenhum funcionário. O Clube continua funcionando visando à gradativa volta ao “novo normal”.
A Pandemia e tudo que a envolveu deixou algumas lições? Quais?
Realmente a pandemia nos deixou várias lições. Do ponto de vista individual, talvez a maior delas foi a de que a nossa família é o que existe de mais importante e a nossa casa o melhor local do mundo. Aprendemos a conviver mais, a superar juntos os problemas diários, procurando manter a solidariedade e a harmonia familiar.
Do ponto de vista coletivo, aprendemos que é fundamental respeitar e conviver com todos, ser mais generosos, compreensivos e tolerantes procurando evitar os riscos de transmissão deste terrível vírus.
Do ponto de vista de dirigente de Clube, aprendemos que, cumprindo fielmente os protocolos indicados pela ciência, foi possível superar as dificuldades, sem causar problemas para a instituição, para os seus associados e frequentadores. Graças a isso, até o momento, não tivemos nenhum caso de transmissão do vírus dentro do Clube.
Quais serão os focos de trabalho e qual o planejamento para 2021?
Infelizmente, pelo que vem ocorrendo nestes últimos dias, existe uma grande probabilidade desta pandemia permanecer no nosso país durante boa parte do ano de 2021. Esta tendência atrapalhará bastante o planejamento para o próximo ano. Se a crise permanecer, poderemos apenas aprimorar o que foi conseguido executar durante este ano de 2020.
Caso a vacinação consiga atingir com sucesso boa parte da população do nosso país durante o 1º semestre de 2021, nos restará voltar à “nova normalidade” durante o 2º semestre, com um novo formato de festas, de modo a atrair mais os nossos associados e a dinamizar a nossa vocação de estimular as atividades físicas e esportivas, com uma atenção especial para as escolinhas de esportes para crianças.
Deveremos também priorizar a criação de novos espaços agradáveis e aconchegantes capazes de permitir o congraçamento dos associados, seus familiares e amigos.